ENTARDECER
A noite chega, o céu se torna escuro da cor dos seus olhos.
As poucas nuvens que tentam cobrir a lua, posso comparar com o teu semblante fechado quando finge estar zangado comigo.
A noite tece sua teia espichando seu manto como fazias com o nosso cobertor.
Hoje faz um pouco de frio, lembrei das horas que juntos nos aquecíamos em sua cama.
Sei que nada era perfeito, e nós não eramos perfeitos.
Tínhamos nossas diferenças, não por sermos diferentes um do outro, mas por sermos iguais.
Fingíamos não se importar um com o outro e até o conseguíamos, até ficarmos a sós. Então todo o medo, toda tristeza toda insegurança virava tesão. Eramos um ser só, entregando um ao outro a outra metade.
Eramos as partes que faltavam, tu eras eu, e eu me tornava você.
È… me encantava o teu jeito, ao preparar meu café. E até hoje um furtivo sorriso nasce nos meus lábios ao lembrar que o fazias com carinho.
Eramos tão diferentes, mas tão iguais. Me oferecias a lua e eu fingia não ver. Fazias declarações de amor que eu fingia não ouvir, mas meu coração estava atento e tudo guardava.
Foram as melhores horas da minha vida. O teu carinho, o teu amor, a tua sintonia com a vida. Os conselhos, as músicas, as brincadeiras, as risadas….
Quando a mágica acabava voltávamos a ser apenas dois seres, dois simples humanos que emergiam do casulo diferentes, e iguais ao mesmo tempo. Ainda somos os mesmos, ainda somos dois e um, um e outro, ainda somos apenas nós dois.
16/05/17 (ironi jaeger)